Tranquilidade no litoral: a praia mais vazia de SP

Mulher deitada em praia vazia

Viajar é sempre uma experiência de descoberta – da gente mesmo, dos outros, do mundo e, se der sorte, de um cantinho de paz onde o único barulho é o som do mar. Se você, como eu, já se pegou sonhando em sumir por uns dias e fugir da muvuca do litoral paulista, tipo deixar pra trás as multidões de Maresias, Guarujá ou Ubatuba em janeiro, fica comigo que hoje eu vou te levar pra um dos lugares mais zen que conheci nessa minha vida de mochileiro: a praia mais vazia de São Paulo.

Spoiler: ela existe. E não, não tô falando de uma praia “ok” que só é vazia porque ninguém quer ir. Tô falando de um paraíso escondido onde o tempo desacelera, o 4G falha (graças aos céus), e onde fazer nada é o verdadeiro plano.

Mas afinal, qual é a praia mais vazia de SP?

Se você buscar no mapa, talvez nem encontre tão fácil. Mas lá está ela, escondida entre o verde da Mata Atlântica e o azul do mar: Praia Brava da Almada, em Ubatuba. Sim, Ubatuba tem suas praias badaladas, mas também guarda segredos pra quem sabe procurar. A Brava da Almada é o tipo de praia que você precisa querer muito chegar: sem acesso de carro, sem quiosques, sem som alto, sem galera jogando futebol na beira d’água.

A trilha que leva até lá é curta, cerca de 20 minutos a partir da Praia da Almada, mas é o suficiente pra espantar 90% da galera. E aí vem o presente: uma faixa de areia dourada, água limpa e geralmente com poucas (ou nenhuma) alma viva por perto.

O que faz essa praia ser tão especial?

Bom, vamos começar pelo básico: isolamento. Em tempos de burnout coletivo, uma praia que te força a desconectar já é uma benção. Mas a Brava da Almada tem mais do que isso. Ela tem uma vibe meio intocada, tipo cenário de filme. Sem comércio, sem construção, só você e a natureza.

A água é transparente, ótima pra dar um mergulho, mas também pra ficar só flutuando e deixando o pensamento ir longe. A areia é fofa, ótima pra deitar e tirar aquele cochilo estilo “só mais cinco minutinhos”. E a trilha que te leva até lá já é uma meditação por si só – um convite a respirar fundo e deixar a cidade pra trás, pelo menos por algumas horas.

Quando ir pra garantir a paz total?

Mesmo sendo vazia o ano todo, claro que tem seus momentos ainda mais tranquilos. Se quiser a experiência máxima de solidão zen, evite feriados prolongados e fins de semana de verão. Vai numa terça ou quarta-feira qualquer, fora da temporada, e você corre o risco de ser o único ser humano por lá. É sério. E eu, como bom amante da solitude ocasional, garanto: é um tipo de silêncio que abraça.

Se rolar uma chuvinha, aí sim a paz é garantida – mas só vá preparado, porque a trilha fica escorregadia e não tem onde se abrigar. Melhor checar a previsão antes e levar o essencial na mochila: água, um lanchinho natureba, protetor solar e, se você for dos meus, uma canga e um livro.

O toque da massagem mental que só uma praia deserta pode dar

Eu sempre digo que a gente subestima o poder de não fazer nada. E, olha, esse lugar é um spa natural pra mente. Como alguém que curte psicologia e já leu uns bons livros sobre saúde mental, eu preciso dizer: o ócio criativo é real, e lugares como a Brava da Almada são catalisadores pra isso.

Ali, você não tem notificações pipocando, não tem pressa, não tem agenda. Tem só o momento presente – e ele é pleno. Já vi gente chegar lá estressada, cheia de questões, e sair com uma leveza que nem massagem ayurvédica consegue. É como se a praia massageasse seus pensamentos, te lembrando que tudo passa e que a paz tá muito mais perto do que parece.

Como chegar na Praia Brava da Almada

Tá, agora o lado prático. Pra chegar lá, o primeiro passo é ir até a Praia da Almada, que fica no norte de Ubatuba. O acesso é pela Rodovia Rio-Santos (BR-101), e já aviso: a estrada é linda, mas cheia de curvas, então vai com calma.

De lá, você vai andar até o canto direito da Almada e encontrar a entrada da trilha. Não tem placa gigante, então fica atento. A trilha é bem sinalizada, com sombra na maior parte do tempo e nível fácil, mas o calçado faz diferença – nada de chinelo havaiana que escorrega. Tênis leve resolve bem.

Depois dos 20 minutinhos de caminhada, pronto: chegou ao paraíso.

Dicas de um mochileiro pra aproveitar ao máximo

Se você quer mesmo aproveitar a paz da praia mais vazia de SP, aqui vão algumas dicas de quem já caiu em ciladas por falta de preparo:

  • Leve repelente. A natureza é linda, mas os pernilongos também amam ela.

  • Não conte com internet. A ideia é justamente essa: desconectar.

  • Evite deixar lixo. Leve tudo com você, inclusive as cascas de frutas.

  • Cuidado com a maré. A praia é de tombo em alguns trechos, então se não for bom de natação, vai na moral.

  • Curta o caminho. A trilha faz parte da experiência. É tipo aquele trailer de filme que já dá o gostinho do que vem depois.

O que mais tem por perto, se der vontade de explorar?

Se você curtir a vibe da Brava da Almada e quiser emendar o rolê, ali por perto tem outras praias deliciosas e pouco exploradas. A própria Praia da Almada já vale uma visita – charmosa, com uns restaurantes simples e gostosos. Outra boa pedida é a Praia do Engenho, que fica grudada na Almada e tem uma pegada rústica e acolhedora, perfeita pra quem curte aquela atmosfera mais tranquila.

Ah, e se você é do time que viaja com o pet na mochila (ou no banco de trás), fica esperto: a região é super amigável pros bichinhos! Inclusive, a Brava da Almada é uma ótima opção pra quem quer curtir o litoral com seu cãozinho. Eles também merecem sentir a areia nas patinhas e o vento no focinho, né?

Mas, sinceramente? Depois de conhecer a Brava, talvez você só queira voltar no dia seguinte e repetir a dose de silêncio, sal… e latidos felizes.

Um último pensamento antes de você fechar a mochila

A gente vive correndo atrás de coisas – likes, metas, boletos pagos, aquele combo de “ser produtivo” 24/7. Mas quando a gente pisa numa praia deserta, de repente tudo isso parece meio… pequeno.

Na Brava da Almada, o tempo parece parar. Você senta na areia, olha pro mar e se dá conta de que tá tudo bem. Que o mundo continua girando mesmo que você tire um dia pra simplesmente existir. E que, às vezes, a melhor massagem que a gente pode receber é o sopro do vento no rosto, o som das ondas e a certeza de que o silêncio também fala.

Vai lá. Desliga o celular, calça o tênis e vai sentir o que é paz de verdade.